“Senhor presidente da Assembleia da República
Senhor Patriarca
Senhores Ministros
Senhores Mecenas, Sócios e colaboradores, minhas senhoras e meus senhores, a todos agradecemos a honra e a solidariedade das vossas presenças.
As presenças, não podemos estranhar que sejam muitas, porque uma obra grande tem de acabar por ser obra de muitos.
E porque se trata efetivamente de um momento lato na via – ou, mais propriamente – da oficialização da vida da “Casa do Artista”, que agora se concretiza…
De facto, se na sua concepção participaram já mais de dois, numa promiscuidade talvez pouco curial, já na sua gestação, nascimento e crescimento, até esta fase adolescente em que hoje a apresentamos ao primeiro baile, participaram muitas entidades oficiais, projetistas, técnicos vários, e alguns mecenas, ainda não tantos quanto desejável e indispensável.
Mas os mecenas existem, nós saberemos recebê-los, e lembrar-lhes que a grande riqueza destas instituições é não serem pobres a pedir, para poderem ser ricas a dar.
Diz-se que a Casa do Artista foi um sonho do passado.
Pessoalmente considero, não sonho, mas utopia, todo o sonho que se não transforme em realidade.
Por isso, em nome da classe e da atividade, o nosso melhor agradecimento a todos os que sonharam, os que acreditaram no sonho, os que o tornaram realidade.
A primeira palavra de gratidão seria injusto que não fosse para Raul Solnado que nos trouxe do Brasil a ideia.
A segunda para o Eng. Nuno Abecasis que nos trouxe de Lisboa a cedência do terreno, só ainda em direito de superfície. Fica o recado…
A terceira palavra de gratidão, vai para as mãos que, incansavelmente, bateram à porta dos vários Ministérios para conseguirem os financiamentos indispensáveis, e para as abençoadas canetas que os despacharam favoravelmente.
Não foram muitos os Ministérios, aliás, e a primeira porta que se abriu foi a da Segurança Social, depois a do Ministério do Plano e Equipamento, um pouco mais perra a do Ministério da Cultura e finalmente, na idade do sarampo e das primeiras enterites, entreabriu-se a porta do Ministério da Saúde.
…Congratulamo-nos por os vários governos nos terem vindo a conceder os mesmos carinho e apoio, e lamentavelmente que não seja a direcção nossa antecessora, tantos anos presidida por Octávio Clérigo, a culminar neste evento a sua quota parte de trabalho realizado.
É agradavel- gratificante acho mesmo vulgarizado- chegarmos a este ponto do percurso, sem termos uma razão de queixa.
Aliás. Temos uma: o tempo!
Tempo obrigou a que uma obra começada por relativamente novos, para relativamente velhos, fosse acabada por velhos para relativamente novos!
Porque instituimos como lema desta casa:
“ Aqui não é permitido envelhecer!”
Armando Cortez