História

Apresentação

 

A Apoiarte – Casa do Artista, denominada de forma mais comum como Casa do Artista, foi um projeto que demorou bastante tempo a ser concretizado mas que acabou por ser inaugurado oficialmente no dia 11 de Setembro de 1999, assumindo como principais objetivos:

Apoiar aqueles que iniciam uma carreira artística

desenvolvendo cursos de formação nas áreas culturais, artísticas e técnicas;

Promover e dignificar os profissionais que se encontram em atividade

através da promoção e organização de exposições, palestras, concursos,

Proteger os que terminam a sua carreira

acolhendo artistas que terminem a sua atividade, ou por idade ou por incapacidade, visando proporcionar-lhes condições dignas.

Do papel à realidade

Os primeiros fundos para que o sonho da Casa do Artista se pudesse tornar realidade foram obtidos num espetáculo realizado no Teatro da Trindade que contou com a participação de vários artistas muito conceituados nas várias áreas das artes do show-business e no qual a APOIARTE foi apresentada ao público. Nesse espetáculo realizou-se um leilão, a nível nacional. Foram leiloadas peças muito valiosas como um xaile de Amália Rodrigues, um escritório de viagem, que pertencera à atriz Lucinda Simões e uma carta do Almirante Gago Coutinho.

A Casa do Artista iniciava assim o longo caminho da sua concretização. Um projeto que demorou muito tempo e, só foi possível com o empenho e persistência que caracterizam ao Homens e as Mulheres do teatro. Assim, o tempo obrigou a que uma obra começada por relativamente novos para relativamente velhos, fosse acabada por velhos para relativamente novos. Por isso o lema da Casa do Artista é:

“Aqui não é permitido envelhecer!”

As instalações

As instalações da Casa do Artista, desenhadas a pensar na merecida dignidade dos mesmos e numa permanente abertura à comunidade, permitem oferecer uma multiplicidade de serviços:

Os nossos Serviços

Residência

Em funcionamento desde Maio de 1999 - um dos mais fortes objetivos da APOIARTE - a residência é constituída por amplos quartos individuais ou de casal, devidamente equipados com televisão, aquecimento e outros; por um posto médico e de enfermagem, e um centro de fisioterapia - em funcionamento 8 horas por dia. Dispõe de uma capelinha, um salão de cabeleireiro e conta ainda com vários espaços de lazer, desde as salas de convívio aos jardins. O Lar encontra-se quase sempre com a sua capacidade preenchida e funciona como se fosse a própria casa dos artistas que, estando em bom estado de saúde, têm toda a liberdade para saírem, passearem e irem a espetáculos.

Fisioterapia

Um serviço que se encontra devidamente equipado e com profissionais qualificados em diversas áreas: Electroterapia; Fototerapia; Termoterapia; Hidroterapia; Ventiloterapia; Massoterapia e Cinesioterapia. A fisioterapia está aberta a todos os cidadãos que sejam sócios ou não-sócios, sendo que os preços são mais acessíveis do que os valores de fisioterapia atuais do mercado.

Teatro Armando Cortez

Tem capacidade para 300 lugares e está devidamente equipado com um amplo palco, camarins, foyer com bar, bengaleiro e todo o material necessário para a realização de diversas atividades. É um espaço polivalente, sendo por isso usado não só para peças de teatro, dança ou música, mas também para outros eventos como palestras, conferências ou congressos.

Centro de Formação

10 salas de diferentes dimensões, devidamente equipadas, que se distribuem por dois pisos.

Espaços Multiusos

Vocacionados para vários tipos de atividades que podem ir das aulas de dança ou de teatro regulares a workshops pontuais.

Galeria para Exposições

Espaço com a área de 300 m2 que pode ser reservado para a realização de exposições ou atividades promocionais.

Parque de Estacionamento

Espaço com capacidade para 120 carros.

Sócios e Orgãos Sociais

Sócios

Todas as pessoas, singulares ou coletivas que o desejarem podem inscrever-se como sócios. Compete à Direção atribuir a condição de sócio, podendo esta recusar ou não a admissão. Assim foram definidas quatro categorias:

  • Fundadores
  • Efetivos
  • Apoiantes
  • Beneméritos

Orgãos Sociais

  • Assembleia-Geral
  • Direção
  • Conselho Fiscal

É da responsabilidade da Assembleia-geral definir as linhas fundamentais da atuação da Instituição, fixar o valor da quota mensal dos sócios, bem como autorizar a aquisição de bens imóveis, patrimoniais ou de valor artístico.

À Direção compete a gestão da Apoiarte – Casa do Artista, através da elaboração anual do Orçamento e Programa de Ação. É também da responsabilidade da Direção assegurar o bom funcionamento dos serviços.

O Conselho Fiscal tem o dever de zelar pelo cumprimento da Lei e dos Estatutos, exercer a fiscalização sobre os documentos da Instituição e deve também dar parecer sobre contas e orçamento que a Direção submeta à sua apreciação.

Apoios e Mecenato

Para realizar este projeto a Instituição recebeu financiamentos do Estado e de particulares, para a instalação de equipamento.

A Casa do Artista conta com a verba que a segurança social dá por cada residente das Instituições Particulares de Solidariedade Social e com 75% da pensão de cada residente durante 12 meses.

Mas a totalidade dessas verbas não são suficientes para manter em funcionamento a Casa do Artista nem mesmo com alguns (poucos) apoios privados e de mecenas.

Orgulhamo-nos de ter erguido este projeto. Por isso pedimos para ele todos os apoios que nos possam dar.

A Direção

Discurso Inaugural

“Senhor presidente da Assembleia da República

Senhor Patriarca

Senhores Ministros

Senhores Mecenas, Sócios e colaboradores, minhas senhoras e meus senhores, a todos agradecemos a honra e a solidariedade das vossas presenças.

 

As presenças, não podemos estranhar que sejam muitas, porque uma obra grande tem de acabar por ser obra de muitos.

E porque se trata efetivamente de um momento lato na via – ou, mais propriamente – da oficialização da vida da “Casa do Artista”, que agora se concretiza…

De facto, se na sua concepção participaram já mais de dois, numa promiscuidade talvez pouco curial, já na sua gestação, nascimento e crescimento, até esta fase adolescente em que hoje a apresentamos ao primeiro baile, participaram muitas entidades oficiais, projetistas, técnicos vários, e alguns mecenas, ainda não tantos quanto desejável e indispensável.

Mas os mecenas existem, nós saberemos recebê-los, e lembrar-lhes que a grande riqueza destas instituições é não serem pobres a pedir, para poderem ser ricas a dar.

Diz-se que a Casa do Artista foi um sonho do passado.

Pessoalmente considero, não sonho, mas utopia, todo o sonho que se não transforme em realidade.

Por isso, em nome da classe e da atividade, o nosso melhor agradecimento a todos os que sonharam, os que acreditaram no sonho, os que o tornaram realidade.

A primeira palavra de gratidão seria injusto que não fosse para Raul Solnado que nos trouxe do Brasil a ideia.

A segunda para o Eng. Nuno Abecasis que nos trouxe de Lisboa a cedência do terreno, só ainda em direito de superfície. Fica o recado…

A terceira palavra de gratidão, vai para as mãos que, incansavelmente, bateram à porta dos vários Ministérios para conseguirem os financiamentos indispensáveis, e para as abençoadas canetas que os despacharam favoravelmente.

Não foram muitos os Ministérios, aliás, e a primeira porta que se abriu foi a da Segurança Social, depois a do Ministério do Plano e Equipamento, um pouco mais perra a do Ministério da Cultura e finalmente, na idade do sarampo e das primeiras enterites, entreabriu-se a porta do Ministério da Saúde.

…Congratulamo-nos por os vários governos nos terem vindo a conceder os mesmos carinho e apoio, e lamentavelmente que não seja a direcção nossa antecessora, tantos anos presidida por Octávio Clérigo, a culminar neste evento a sua quota parte de trabalho realizado.

É agradavel- gratificante acho mesmo vulgarizado- chegarmos a este ponto do percurso, sem termos uma razão de queixa.

Aliás. Temos uma: o tempo!

Tempo obrigou a que uma obra começada por relativamente novos, para relativamente velhos, fosse acabada por velhos para relativamente novos!

Porque instituimos como lema desta casa:

“ Aqui não é permitido envelhecer!”

Armando Cortez