“Aqui não é permitido envelhecer.” – Armando Cortez

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por Maria Helena da Bernarda

Teresa Sanches Helena da Bernarda

Teresa Sanches


(publicado a 18 de junho de 2023)

AS MUDANÇAS DA MINHA VIDA
“Sempre enfrentei todas as mudanças combinando realismo e esperança. Fiz 70 anos há duas semanas e não sinto que a idade por si me limite, enquanto eu tiver saúde que me assegure mobilidade. Ser mãe foi a primeira grande mudança na minha vida. Há um 'antes' e um 'depois' da maternidade, sendo que o depois é muito melhor. O esforço é amplamente recompensado.
Outra grande mudança, que voltaria a fazer sem hesitar, foi sair da função pública - trabalhava num Centro de Saúde - para integrar o Teatro Experimental de Cascais, como Técnica de Teatro, estava eu nos ‘trintas’. No TEC fui ponto, fui assistente de ensaios e de encenação, fui directora de cena, fiz luzes e só fiz interpretação duas vezes… por engano. Nunca foi esse o meu sonho. Era como técnica, dando suporte, que eu me exprimia melhor, mais competente e realizada.
A tarefa talvez mais significativa que fiz foi tratar um espólio de 18.000 fotografias do TEC. Digitalizei cerca de 10.000 - algumas das quais se desfaziam - e tinha de identificar cada fotografia, o autor, a peça e quem constava na imagem. Contactando muitas pessoas, consegui catalogar todo esse espólio, entretanto doado à Câmara de Cascais.
Entrei para o Teatro ainda casada, mas divorciei-me quase aos 40 anos. Foi outra mudança que tive de assumir, ajustando a minha vida.
Há 12 anos fui surpreendida com uma doença oncológica na tiróide, mas essa foi a mudança menos decisiva. Na verdade, apenas tive de superar a cirurgia de extração da glândula e passar a depender de um comprimido. Não me tornou diferente em nada.
A mais recente mudança foi a decisão de deixar a minha casa, perto de Montelavar, para entrar nesta residência, a Casa do Artista. Não suportava mais a solidão a que a Covid me estava a remeter. Mais do que o vírus, era o isolamento que me estava a matar.
Tenho dois filhos - um rapaz e uma rapariga - que me deram suporte, levando-me as refeições durante o confinamento. Valiam-me os filhos e o Manel, o meu gato de companhia. Quando decidi vir para aqui, só tive pena de devolver o meu Manel à Associação São Francisco de Assis, mas… tinha de ser.
Tenho mais medo de estar parada do que de mudar. Mudar é preciso!”

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